Começa por imaginar um velho piano que a cada som te faz
chorar...
Começa por imaginar uma melodia silenciosa capaz de comover
o mais escuro dos corações...
Começa por imaginar um dia escuro...
Nesse dia tu caminhas até o velho piano assombrado que
sozinho toca aquela música fúnebre capaz de deixar teus olhos sem lágrimas...
Começa por imaginar que tuas mãos tocam as velhas teclas do
piano...
Olhas para o céu assombrado...
Começa por imaginar que no céu existem nuvens negras e que
de baixo dele tu tocas uma música tão serena...
Começa por imaginar uma sombra que se desloca na luz...
Começa por imaginar que essa sombra ganha forma...
Ganha asas...
Essa sombra é movida pela emotiva canção que tu tocas...
Imagina que cada tom compõe um pedaço de mim que se desfaz a
cada lágrima tua...
Começa por imaginar que sou real...
Eu sentando-me a teu lado...
Minhas mãos fracas do tempo tentam acompanhar-te na melodiosa e
serena harmonia...
Começa por imaginar que aos poucos eu fico distante, muito distante...
Começa por imaginar que meu olhar fica vazio... Longe... Tão
perdido...
Começa por imaginar que aquele mundo poderia ter sido real...
Tão real como eu e tu...
Começa por imaginar que depois de muitos anos meu fantasma
regressa para te ouvir tocar aquela canção melodiosa...
Começa por imaginar que o piano mesmo sem ti continua a
tocar...
Começa por imaginar que nossos fantasmas voltariam para mais
uma vez dançando junto ao velho piano...
Começa por imaginar que a canção da serenidade tocava só
para nós... Mantendo nossos espíritos unidos numa melodia comovente...
Começa por imaginar que sempre que houvesse um dia de lua cheia
nós voltaríamos para mais uma vez dançar ao som daquele velho piano...
Imagino teu vestido feito de sombra desfilando neste lugar
perdido enquanto aquela canção tocava vezes sem conta...
Começa por imaginar aquela serenidade...
Começa por imaginar que eu estou aqui contigo...
Por Miguel Reis
21/05/2011
Este é para ti Cátia.
Ressacando as melodias por mim cantadas e por ti escutadas, deixas-me ressacando nas tuas palavras... :) Adorei. Obrigada Miguel!
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